REUNIÃO PÚBLICA
TEMA: MORTE
PALESTRA 5 MORTES PREMATURAS
Texto doutrinário
Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens. Paulo (I Coríntios, 15:19)
PERDA DE PESSOAS AMADAS
Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes
dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e
conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que
para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era
toda a sua alegria.
Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para
compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais
divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor
que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem
um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor
todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e se
vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o
último plano.
Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos
desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do
tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício
que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções
que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é
que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De
que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer?
Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte
dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de
amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida
efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens,
do que entre os Espíritos bem-aventurados? Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863.
(Allan Kardec, O evangelho segundo o Espiritismo, 92. ed., cap. V, item 21).
DESTINO DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE
O Espírito de uma criança, morta em tenra idade, é tão avançado como de um adulto?
Algumas vezes muito mais, porque pode ter vivido mais e adquirido maior soma de experiência,
sobretudo se progrediu.4 EDITORA AUTA DE SOUZA
O Espírito de uma criança pode, assim, ser mais adiantado do que o de seu pai?
Isto é muito freqüente; vós mesmos não vedes isso muitas vezes na Terra? (Allan Kardec, O
livro dos espíritos, 158. ed., perg. 197).
Pertence a uma categoria superior o Espírito de uma criança que morreu em tenra idade, não
podendo ter feito o mal?
Se não fez o mal, também não fez o bem, e Deus não o isenta das provas que deve suportar. Se
é puro não é porque é criança, mas porque progrediu muito. (Allan Kardec, O livro dos espíritos, 158.
ed., perg. 198).
Por que a vida, freqüentemente, é interrompida na infância?
A duração da vida de uma criança pode ser, para o Espírito que está nela encarnado, o
complemento de uma existência interrompida antes do seu tempo marcado, e sua morte, no mais das
vezes, é uma prova ou uma expiação para os pais.
Que sucede ao Espírito de uma criança que morreu em tenra idade?
Recomeça uma nova existência.
Se o homem tivesse uma só existência, e se depois dessa existência sua sorte futura fosse
fixada para a eternidade, qual seria o mérito da metade da espécie humana que morre em tenra
idade para desfrutar sem esforços, da felicidade eterna, e por qual direito ficaria isenta das condições,
freqüentemente, tão duras, impostas à outra metade? Uma tal ordem de coisas não estaria de acordo
com a justiça de Deus. Pela reencarnação, a igualdade é para todos; o futuro pertence a todos sem
exceção e sem favor para ninguém; os que chegam por último não podem culpar senão a si mesmos.
O homem deve ter o mérito dos seus atos, como tem a responsabilidade. (Allan Kardec, O livro dos
espíritos, 158. ed., perg. 199-199a).
O ESPÍRITA ANTE O DESENCARNE PREMATURO
As mortes prematuras são verdadeiras tragédias para quantos se não abeberaram, ainda, nos
regatos de luz e consolação da Doutrina dos Espíritos.
O corpo inerte de uma criança, ou de um jovem na plenitude da resistência, da vitalidade física,
encarnando todo um mundo de esperanças e alegrias para a família, arranca compreensíveis lágrimas
e expressões de inconsciente revolta contra tudo e contra todos, às vezes até contra a Suprema
Bondade.
[...] Allan Kardec recolheu, dos Espíritos, a afirmativa de que as mortes prematuras, também não
raro, constituem provação ou expiação para os pais.
[...] O conhecimento do Espiritismo e o esforço de sua aplicação na vida prática funcionam à
maneira de refrigério para os que se lhe agregaram às hostes de luz e entendimento, para a renovação
no trabalho.
Nos escaninhos de uma desencarnação prematura, acende-se, ou deveria acender-se, sempre,
a chama das grandes e fundamentais transformações espirituais para os pais daqueles que partem na
primavera da existência física, caracterizando-se, esse decesso, por abençoada pedra de toque para
que a criatura desperte na direção de objetivos mais altos.
Seres que nunca se haviam interessado pelo lado superior da vida acordam, ao impacto da dor
e da saudade, iniciando a aquisição de valores morais e espirituais. [...].
[...] Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos que utilidade encontrará um Espírito na sua
encarnação em um corpo que morre poucos dias depois de nascido, responderam eles: O ser não tem
consciência plena da sua existência. Assim, a importância da morte é quase nenhuma. Conforme já
dissemos, o que há nesses casos de morte prematura é uma prova para os pais.
Esse gênero de morte, especialmente na fase da gestação, com o reencarnante enclausurado,
ainda, no seio daquela que lhe seria mãe carinhosa, pode ser debitado, algumas vezes, a outras causas,
tal como emissões mentais desequilibradas, que atingem, fatalmente, o organismo em formação.
[...] Ante aqueles que demandam a Vida na Espiritualidade, o comportamento do espírita é algo
diferente, ou, pelo menos, deve ser diferente, variando, contudo, de pessoa a pessoa, com prevalência,
evidentemente, de fatores ligados à fé e à emotividade.
Chora, discreto, mas se fortalece na oração.
Na certeza da Imortalidade Gloriosa, reprime o pranto que desliza na fisionomia sofrida, porém
busca na Esperança, uma das virtudes evangélicas, o bálsamo para a saudade justa.
Jamais se confia ao desespero.
Não cede aos apelos da revolta, porque revolta é insubordinação ante a Vontade do Pai, que o
espírita aprende a aceitar, paradoxal e estranhamente jubiloso, por dentro, vergado embora ao peso das
mais agudas aflições.
A submissão aos desígnios superiores significa desejo de integração com o Senhor da Vida,
entre nós, encarnados e desencarnados, representado pelas leis que sustentam a própria Vida Universal
- leis morais e leis físicas. (Martins Peralva, O pensamento de Emmanuel, 2. ed., p.74)
DIANTE DA PERDA DE UM FILHO
Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um
de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa
dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas,
porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabeis
que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos
envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria,
mas também vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma
revolta contra a vontade de Deus.
Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses
entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas
que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano
Senhor prometeu. - Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. 1863. (Allan Kardec, O
evangelho segundo o Espiritismo, 92. ed., cap. V, item 21).
PORQUE MORREM AS FLORES
Não há lugar para o acaso na existência humana. Deus não é um jogador de dados a distribuir
alegria e tristeza, felicidade e infelicidade, saúde e enfermidade, vida e morte, aleatoriamente. Existem
leis instituídas pelo Criador que disciplinam a evolução de Suas criaturas, oferecendo-Ihes experiências
compatíveis com suas necessidades.
Uma delas é a Reencarnação, a determinar que vivamos múltiplas existências na carne, quais
alunos internados num educandário, periodicamente, para aprendizado específico.
O conhecimento reencarnatório nos permite desvendar os intrincados problemas do Destino.
Deus sabe o que faz quando alguém retorna à Espiritualidade em plena floração infantil.
Há suicidas que reencarnam para jornada breve. Sua frustração, após longos e trabalhosos
preparativos para o mergulho na carne, os ajudará a valorizar a existência humana e a superar a
tendência de fugir de seus problemas com o auto-aniquilamento.
Ao mesmo tempo, o contato com a matéria representará um benéfico tratamento para os
desajustes perispirituais provocados pelo tresloucado gesto. Crianças portadoras de graves problemas
congênitos, que culminam com a desencarnação, enquadram-se perfeitamente nessa condição.
Poderão, se oportuno, reencarnar novamente na mesma família, passado algum tempo, em
melhores condições de saúde e com mais ampla disposição para enfrentar as provações da Terra. Não
raro, o filho que nasce após a morte de um irmão revela idêntico padrão de comportamento, com as
mesmas reações e tendências.
É igualzinho ao irmão que faleceu! comentam os familiares.
Igualzinho, não! É ele próprio de retorno para novo aprendizado...
Há, também, Espíritos evoluídos que reencarnam com o propósito de despertar impulsos de
espiritualidade em velhos afeiçoados, seus pais e irmãos, ajudando-os a superar o imediatismo da vida
terrestre.
Situam-se por crianças adoráveis, em face de sua posição evolutiva, extremamente simpáticas,
inteligentes e amorosas. Os pais consagram-lhes extremado afeto, elegendo-as como principal motivação
existencial. Sua desencarnação deixa-os perplexos, traumatizados.
Todavia, na medida em que emergem da lassidão e do desespero, experimentam abençoado
desencanto das futilidades humanas e sentem o despertar de insuspeitada vocação para a religiosidade,
no que são estimulados pelos próprios filhos que, invisíveis ao seu olhar, falam-lhes na intimidade do
coração, na sintonia da saudade.
Os que se debruçam sobre o esquife de uma criança muito amada compreenderão um dia que a
separação de hoje faz parte de um programa de maturação espiritual que lhes ensejará uma união mais
íntima, uma felicidade mais ampla e duradoura no glorioso reencontro que inelutavelmente ocorrerá.
(Richard Simonetti, Quem tem medo da morte?, 4. ed., p. 60).
Consulte sempre seu médico, não aconselhamos interrupções nos tratamentos médicos,
a terapia holística não subsititui a medicina tradicional mas é tratamento auxiliar.